domingo, 14 de junho de 2015

SEMENTEIRA

SEMENTEIRA

Com um garfo
separava
para uma saca de plástico...

arroz,
pedacinhos de pescada,
carapau, chicharro;
as espinhas deitava-as ao lixo.
O melhor do conduto
era sempre para os gatos.
Semelhante ao poeta
que guarda a parte maior
da sua vida,
as palavras,
para o leitor.

Jorge Gomes Miranda

[in "Velhos", colecção Poesia Portuguesa Contemporânea das edições do Teatro de Vila Real, 2008]


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