"É frequente, portanto, os sonhos serem mais profundos quando parecem mais insensatos.
Em todas as épocas da história, aqueles que tinham algo a dizer mas não podiam dizê-lo sem perigo enfiaram prontamente a carapuça do bobo.
A plateia a que se dirigia o seu discurso proibido tolerava-o mais facilmente quando podia, ao mesmo tempo, rir e lisonjear-se com a ideia de que as palavras inoportunas eram claramente absurdas.
O Príncipe da peça, que teve de se disfarçar de louco, comportou-se exactamente como fazem os sonhos na realidade; assim, podemos dizer dos sonhos o que dizia Hamlet de si próprio, ocultando as condições verdadeiras sob um manto de graça e ininteligibilidade:
'Sou louco apenas com o nor-noroeste; quando sopra o vento sul, sei distinguir um falcão de uma garça!"
(Sigmund Freud em "A A Interpretação dos SonhosSonhos").
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