sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O INOMINÁVEL

O INOMINÁVEL

Nunca
dos nossos lábios aproximaste
o ouvido; nunca...

ao nosso ouvido encostaste os lábios;
és os silêncio,
o duro espesso impenetrável
silêncio sem figura.
Escutamos, bebemos o silêncio
nas próprias mãos
e nada nos une
- nem sequer sabemos se tens nome


Eugénio de Andrade, "Ofício de Paciência", 1994

Sem comentários:

Enviar um comentário