O INOMINÁVEL
Nunca
dos nossos lábios aproximaste
o ouvido; nunca...
ao nosso ouvido encostaste os lábios;
és os silêncio,
o duro espesso impenetrável
silêncio sem figura.
Escutamos, bebemos o silêncio
nas próprias mãos
e nada nos une
- nem sequer sabemos se tens nome
Nunca
dos nossos lábios aproximaste
o ouvido; nunca...
ao nosso ouvido encostaste os lábios;
és os silêncio,
o duro espesso impenetrável
silêncio sem figura.
Escutamos, bebemos o silêncio
nas próprias mãos
e nada nos une
- nem sequer sabemos se tens nome
Eugénio de Andrade, "Ofício de Paciência", 1994
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