terça-feira, 20 de janeiro de 2015

«O velho poema do século XIII»

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«O velho poema do século XIII: A porta abre-se a todos / doentes e sãos / não só a católicos / e também a pagãos / a judeus, a hereges / a ociosos e vãos / e mais brevemente / a bons profanos; deixa bem claro que o Caminho, já desde seus começos históricos, é uma opção oferecida a todos para além das convicções pessoais, crenças e ideologias, o que adquire singular valor se consideramos que se tratava de uma inscrição existente num hospital de beneficência de gestão eclesiástica para peregrinos. Todo o peregrino coloca-se a Caminho pelos seus próprios motivos e todos merecem respeito.
A importância das coisas é sempre relativa segundo a valorização do próprio. Poderia dizer-se que a hipótese não é imprescindível doutrinalmente. Não é um dogma eclesiástico e de facto os grandes detratores da Tradição Jacobeia têm sido homens da Igreja. Não é também necessário para quem assume a peregrinação a Santiago de Compostela com motivos de fé, que consiste precisamente em crer para além de argumentos e demonstrações, e inclusivamente sem eles. O que se venera em Compostela é a figura de um dos grandes apóstolos de Cristo, como exemplo de compromisso e renúncia até dar a vida pela sua fé. E é a fé que legitima o culto Jacobeu, não a certeza ou a dúvida sobre a presença das suas relíquias. A aceitação e a vontade milenar que reúne Santiago de Compostela tornam legítimo o culto Jacobeu e a peregrinação.»
 
Fonte:
http://tradicao-jacobeia.blogs.sapo.pt/

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