Bem eu sei a fonte que mana e corre,
Embora seja noite.
Embora seja noite.
Aquela eterna fonte não a vê ninguém
E bem sei onde é e donde vem,
Embora seja noite.
E bem sei onde é e donde vem,
Embora seja noite.
Não sei a fonte dela, que não há,
Mas sei que toda a fonte vem de lá,
Embora seja noite.
Mas sei que toda a fonte vem de lá,
Embora seja noite.
Não pode haver, eu sei, coisa tão bela
E céus e terra, beleza bebem dela,
Embora seja noite.
E céus e terra, beleza bebem dela,
Embora seja noite.
A claridade sua não escurece
E sei que toda a luz dela amanhece,
Embora seja noite.
E sei que toda a luz dela amanhece,
Embora seja noite.
Tão caudalosas são suas correntes
Que regam céus, infernos e as gentes,
Embora seja noite.
Que regam céus, infernos e as gentes,
Embora seja noite.
E esta eterna fonte está escondida
Em este vivo pão a dar-nos vida,
Embora seja noite.
Em este vivo pão a dar-nos vida,
Embora seja noite.
Aqui está a chamar as criaturas
Que bebem desta água, e às escuras,
Porque é de noite.
Que bebem desta água, e às escuras,
Porque é de noite.
Esta fonte viva que desejo,
Em este pão de vida, aí a vejo,
Embora de noite.
Em este pão de vida, aí a vejo,
Embora de noite.
S. João da Cruz
Beethoven Piano Sonata N 14 (Moonlight)
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