sábado, 11 de julho de 2015

Domingo


Na orla do mar azul
de um céu quase sem nuvens,
as águas, crespas, murmuram.
Jogam ao sol crianças
na aragem primaveril.
Já outras param pensando
as formas do corpo alheio.
Os barcos, suaves, singram
nos olhos de solitários
cujos passos hesitantes
pela praia se misturam
aos de corridas e jogos
da juventude esgotando-se.
As vozes chegam longínquas...
Meus passos deixam sinais
que a tarde, ténue, adejando,
aos outros misturará
na orla do mar azul.


- Jorge de Sena

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